19/04/2009

Mudanças... Dúvidas... Incertezas

Nossa, tem tanto tempo que eu nem entro no meu Blog, nem para ver como andam as coisas...

Bem, eu estou trabalhando pra caramba, estudando bem menos do que deveria e continuo com o meu mundo de incertezas...

O último acontecimento importante na minha vida, foi no sábado durante a tarde. Eu estava chegando no ponto de ônibus para e percebi um pequeno tumulto, olhei para o lado e vi um guri caído no chão, inconsciente. Pelo o que as pessoas comentavam, três outros guris bateram nesse com pedaços de pau e jogaram garrafas nele, obviamente que com o tamanho da covardia ele acabou caindo no chão, mas os outros não pararam, continuam chutando-o mesmo estando totalmente sem sentidos.

Quando percebi o menino no chão, a minha primeira reação foi a de contactar o socorro. Liguei para a polícia, pois foi uma briga. Tamanha a minha surpresa quando a atendente perguntou-me se o menino estava muito machucado, mesmo após eu dizer o que o garoto não estava consciente. ela então falou-me que iria dar uma olhada nas câmeras de vigilância e ver se a briga tinha sido tão grave assim. Solicitei enfaticamente que fosse encaminhado o Socorro, independente de como havia sido a briga.

Os policiais chegaram no local mais de 7 minutos após a minha ligação e o corpo de bombeiros (não disponibilizamos dos serviços do Samu na cidade que resido) levou em torno de 9 minutos. Ao ver o rapaz no chão o policial olhou em volta e perguntou aos curiosos que ali estavam: "Esse já foi?". Como assim, esse já foi?? Até onde eu sei não havia médicos presentes e esse tipo de perguntas não se faz.

Cresci acreditando que os bombeiros eram heróis, mas se eu ainda acreditasse nisso, naquela tarde de sábado sofreria muito ao ser desmitificada essa afirmação. Os bombeiros tiraram a maca da ambulância e viraram o menino, não travaram as rodas e elas ficavam batendo no corpo já muito machucado. Populares auxiliaram, segurando a maca para que não continuasse a bater no corpo do rapaz.

Isso tudo já bastaria para repensar no senso humano da população, mas a coisa foi muito pior que isso. As pessoas que estavam esperando o ônibus nada fizeram para que a briga não chegasse a esse ponto, ficaram ali, olhando, sem nada fazer. Quando o menino caiu, ninguém foi prestar socorro de imediato. Não quanto tempo ele ficou no chão. Quando o vi liguei imediatamente para os órgãos que julguei que fariam algo por ele. Muitos comentavam que ele estaria bêbado, outros diziam que ele havia provocado a briga... e assim mantiveram-se os comentários. As pessoas curiosas olhavam para o indivíduo caído e machucado, mas pareciam sentir nojo, ou medo de fazer algo. Alguns motoristas pararam e perguntaram se já haviam chamado alguém. Eu respondia que sim, mas indignada reclamava que não importa a cor da pele, se é pobre, rico, alto, baixo gordo ou magro. Era um ser humano que estava ali e precisava de ajuda. Uma mulher e um rapaz concordavam comigo. Eram apenas três pessoas pensando que aquele menino era um ser humano, que tinha família e que alguém ficaria preocupado. Se fosse alguém que eu conheço, não esperaria indiferença. Esperaria que alguém, mesmo sem ter idéia de quem fosse, ajudasse.

Acho sinceramente que a violência não aumentou, o que aumentou foi a tolerância por esse tipo de acontecimento, a banalização da vida e acima de tudo a indiferença perante um semelhante. Espero que aqueles que nada fizeram, tenham aproveitado a manhã de domingo para conversar e explicarem aos seus "Deuses" independente da crença, o motivo de terem deixado um IRMÃO passando necessidade, sem nada fazerem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vou adorar ler o que você tem a dizer sobre a minha postagem! Obrigado pelo carinho!